Cada vez mais empreendedores com boas ideias se perguntam como criar uma startup, pois apenas ela e mesmo um bom produto ou serviço não caracterizam um negócio e não garantem o seu sucesso.
Entrar no mercado, manter-se nele e competir exige planejamento e, ainda mais, boa execução tanto de processos internos quanto externos. Por isso, criamos um guia básico para ajudá-lo a desenvolver sua startup e alcançar os objetivos. Acompanhe-nos.
Valide a ideia
Para qualquer empresa, startup ou não, a ideia é o começo de tudo. E para funcionar ela precisa ser validada também fora da cabeça do empreendedor, pois apenas dentro dela tudo pode parecer fácil e perfeito, quando na verdade não é.
Um dos primeiros passos para validar uma ideia é conversar com pessoas que poderia ser clientes da futura para entender se eles têm a necessidade projetada e se o futuro produto atenderá a uma necessidade real. Neste momento também é necessário prestar atenção aos diferenciais da solução e à aceitação deles, especialmente se ela não for algo inédito no mercado.
Depois, é preciso estimar o tamanho do mercado existente para a solução gerada pela ideia. Ele pode ser um nicho pequeno e específico, um nicho dentro de um setor maior ou literalmente toda uma área de profissionais.
Crie um produto mínimo viável
O Minimum Viable Product (MVP) é a primeira versão funcional do produto ou serviço de uma startup, que pode já ser comercializada e utilizada para validação no mercado. Depois, os feedbacks colhidos podem ser utilizados para as mudanças e melhorias necessárias, visando atender ao que o mercado precisa e reter os clientes adquiridos.
Para um bom produto mínimo viável, a proposta de valor que o cliente deseja deve ter sido entendida na etapa de validação da ideia e entregue no MVP e a cada melhoria implementada. Também, as finalidades da solução para o cliente têm de ser entendidas para a entrega de algo útil.
Por exemplo, se a startup desenvolveu um software para o departamento comercial das empresas, precisa entender se elas desejam com ele e com a proposta de valor melhorar a gestão de vendedores, ter um melhor fluxo de processo de vendas ou efetivamente elevá-las adicionando qualidade às abordagens. São finalidades diferentes de um mesmo setor, e o produto pode atender especificamente a uma delas, a mais de uma ou a todas.
Monte um plano de negócio
Conforme dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), um terço dos negócios abertos no Brasil fecham em até dois anos. Um dos vários motivos disso acontecer é a falta de plano de negócio, pois os empreendimentos mal planejados não sabem para onde vão, como, com quais parceiros e ainda deixam de ser gerenciados corretamente em relação a outros fatores.
Apesar de parecer complexo, um plano para uma startup que irá iniciar não precisa ser algo muito sofisticado e complicado. E nem sempre é necessário gastar muitos recursos financeiros em consultorias de negócios para fazê-lo.
Inicialmente, um negócio que está dando seus primeiros passos pode criar e sustentar muito bem seu modelo por meio do Business Model Canvas, ferramenta que se apoia em pontos como:
- segmento dos clientes atendidos;
- modelo de relacionamento com os clientes;
- atividades e recursos-chave para as operações de base;
- parceiros estratégicos;
- proposta de valor da solução;
- estrutura de custos da startup.
Todos os fatores elencados detalhadamente dão aos responsáveis clareza do modelo de negócios, de necessidades para seus sustento, de atividades internas e externas e acerca de outros pontos fundamentais. Então, basta segui-los e modelar as mais diversas práticas de acordo com o Model criado.
Planeje a escalabilidade de operações e atividades internas
Uma das grandes dúvidas de novos empreendedores é: como criar uma startup escalável? E é uma dúvida relevante e necessária, pois a escalabilidade aumenta o potencial de sucesso de um negócio, permitindo a ele crescer mais rapidamente e manter uma estrutura de custos mais enxuta.
Tanto para atividades operacionais quanto de backoffice, os pontos observados para alcançar a escalabilidade devem ser no mínimo:
- criar um padrão de processos, mas que também seja adaptável a situações específicas;
- planejar atividades que sejam repetíveis e replicáveis;
- mapear e extinguir desperdícios de tempo, dinheiro e esforços;
- perceber geração de valor em todos os procedimentos e conjuntos de etapas;
- automatizar o que for possível para aumentar a produtividade.
Utilizando novamente o exemplo de uma solução para departamentos de vendas, que citamos acima, quando um cliente fizer a contratação a empresa pode colocá-lo na base com o seguinte processo padronizado:
- onboarding de um mês, até que o cliente atinja a ativação;
- criação de relatórios personalizados ou padronizados junto ao cliente durante o onboarding, que posteriormente ele conseguirá sozinho emitir e analisar;
- após 30 dias, entrega do cliente para seu gerente de sucesso, que o acompanhará no uso da solução e em seus resultados;
- apoio do gerente para que o cliente crie fluxos de trabalho e explore opções avançadas, podendo posteriormente manter sem acompanhamento diário o uso totalmente funcional da ferramenta;
- auxiliar o cliente no uso de um FAQ ou outra página de suporte para dúvidas comuns, simples e rápidas.
Com esse processo básico, no qual desconsideramos algumas especificidades para dar um exemplo rápido, a startup consegue ativar o cliente na sua solução, entregar a proposta de valor, automatizar parte do suporte e fazer com que o cliente consiga lidar sozinho com o software.
Consequentemente, os gerentes de sucesso e demais profissionais que dão suporte conseguem atender a mais contas simultaneamente, o que dá escalabilidade às operações. Por outro lado, se a solução exigir acompanhamento mais próximo e constante, os gerentes de sucesso terão de automatizar menos práticas e interagir mais com os clientes. Então, dentro do possível, um processo repetível e escalável teria de ser planejado também.
Agora, olhando diretamente para dentro da empresa, também há formas de escalar atividades da retaguarda do negócio. Neste caso, as possibilidades comumente independem do mercado no qual a empresa está inserida e do que ela vende.
Por exemplo, algumas ações podem ser:
- contar com ferramentas de emissão e reconhecimento automáticos de cobranças;
- utilizar busca automática de notas fiscais emitidas para o negócio;
- terceirizar o setor financeiro e todas as suas atividades;
- personalizar relatórios financeiros utilizados na gestão empresarial;
- integrar diferentes ferramentas para efetivação de duas ou mais atividades simultaneamente, como registro de receita gerada a cada venda confirmada na plataforma de cobranças utilizada.
Todas essas automações e algumas decisões, como terceirizar o financeiro, eliminam quantidade de práticas internas e deixam o backoffice mais barato, rápido, eficiente. Ou seja, como nas operações, a startup fica enxuta e escalável também na sua retaguarda.
Por fim, para avaliar o sucesso do planejamento e das atividades, não deixe de escolher e acompanhar indicadores financeiros e de desempenho.
Desenvolva a melhor estratégia de marketing para o produto e seu público
Existem centenas de estratégias de marketing, sendo que algumas não se adaptam a determinadas empresas, mas outras soluções podem ser distribuídas com diversas técnicas simultaneamente.
Para saber quais são as melhores é preciso observar muito bem o segmento dos clientes e o perfil das pessoas que vão tomar as decisões de compra do produto ou serviço. Inclusive, é possível criar um questionário para conhecer melhor os clientes em potencial acerca de suas atividades profissionais, interesses, dificuldades, características pessoais, objetivos e outros pontos. Assim, cria-se o que chamamos de persona, que é a representação do perfil ideal de possíveis clientes, para o qual são desenvolvidas as ações de marketing.
Caso o público seja usuário frequente de redes sociais, anúncios dentro delas podem dar resultados. Se forem pessoas que consomem conteúdo na internet, inseridas em um mercado no qual é possível explorar diversos assuntos, um blog pode gerar muitas oportunidades de vendas.
Em suma, para a definição, é preciso observar o que se está vendendo e qual valor precisa ser percebido, quem são os clientes ideais e como se dão a decisão e o processo de compra.
Não ignore custos indiretos
Na estrutura de custos e no planejamento financeiro normalmente quesitos como faturamento, salários, despesa com estrutura tecnológica e de segurança dos dados e custos recorrentes, como aluguel e internet, chamam mais atenção.
Porém, alguns desses fatores e certas práticas vêm com gastos indiretos, que aumentam a estrutura de custos e reduzem a margem de lucro. E ignorá-los significa não conhecer a realidade da situação financeira da startup.
Por exemplo, ao pensar na contratação de um funcionário é preciso calcular também os 8% de seu FGTS e a necessidade de investimento para aumento da estrutura física, seja uma estação de trabalho adicional ou mais espaço no coworking utilizado. Quanto ao faturamento e suas projeções, sempre vêm acompanhados de impostos, cujas alíquotas podem até mesmo aumentar, o que ocorre dentro do Simples Nacional.
Muitos empreendedores apenas fazem as contas mensais com os valores mais comuns e diretos que percebem. Logo, acham que o negócio tem certa margem de lucro, quando na verdade pe bem menor.
Formalize a empresa
O tempo necessário para a formalização de uma empresa no Brasil caiu nos últimos anos, mas ainda é de no mínimo 30 a 60 dias, o que pode aumentar dependendo da localidade o dos documentos necessários.
Por isso, quanto antes ocorrer a formalização, melhor. Do contrário, a empresa pode acabar perdendo fechamento de negócios ou oportunidades de fazer compras mais baratas por não ter CNPJ, inscrição estadual ou cadastro no município, não podendo emitir notas e posicionar-se com pessoa jurídica em outras situações.
Imagine que um cliente precisa esperar mais de um mês para poder efetivar a compra de uma solução que precisa, até que a formalização esteja concluída. Durante todo esse período é muito fácil que ele seja perdido para a concorrência, pois se quer fazer uma contratação é porque tem um problema a resolver e precisa de um produto ou serviço.
Portanto, agora que você sabe como criar uma startup com potencial de sucesso e que precisa estar com ela formalizada para isso, baixe o nosso checklist para abertura de empresas, o que facilitará seu planejamento.