Nas startups e empresas de tecnologia, o sócio CTO é a pessoa de posição mais alta na área de tecnologia, sendo o grande responsável pelos projetos ligados ao produto. Porém, por também ser sócio, o diretor de tecnologia deve participar de outros assuntos e fazer o máximo possível pelo crescimento do negócio.
Sem precisar abrir mão de direcionar a maior parte de sua atenção ao operacional, o CTO pode aproveitar seus conhecimentos em tecnologia para impactar os rumos do planejamento estratégico e a expansão do negócio.
Saiba como isso pode acontecer de sete diferentes formas.
Contratação de tecnologias não operacionais
A maioria das contratações idealizadas por diretores de tecnologia naturalmente dizem respeito à estrutura tecnológica ligada ao produto que a empresa vende. Mas todo esse conhecimento técnico também pode ser aplicado na busca de soluções que dão suporte a outros setores e processos.
O CTO, como parte do quadro societário, também tem sua parte de responsabilidade nos resultados empresariais, assim como participa da partilha do sucesso financeiro da empresa. Portanto, deve utilizar seu conhecimento para encontrar recursos que deem escalabilidade para outras áreas, como a administrativa e financeira, reduzam custos e aumentem a qualidade dos dados que baseiam a tomada de decisão.
Melhor do que profissionais que não são propriamente especialistas em TI e assuntos desse campo do conhecimento, o sócio CTO pode avaliar funcionalidades oferecidas, mecanismos de integração a outras ferramentas, parametrizações possíveis e demais recursos — e como na prática as propriedades e configurações vão qualificar processos do negócio.
Melhoria do produto junto ao time de atendimento
Os profissionais de pós-venda, customer success e outras áreas responsáveis pelo relacionamento com os clientes podem extrair deles diariamente percepções importantes sobre o relacionamento deles com o produto.
Portanto, o responsável pela tecnologia do produto deve ter canal de comunicação direto com eles para o recebimento frequente de feedbacks, que vão alicerçar projetos de melhoria baseados na melhoria da experiência dos clientes já obtidos e dos novos.
Essa atuação consequentemente deixa o negócio mais forte para aumentar o ticket médio junto à carteira de clientes e fidelizar os usuários.
Participação na aquisição de clientes
Pontos cruciais em processos de marketing e vendas são comunicar qualidades e atualizações do produto e apresentá-lo a clientes em potencial. E nem sempre os profissionais da área vão fazer isso da melhor forma tecnicamente falando.
Daí a importância de o sócio CTO participar da padronização de alguns procedimentos comerciais e de marketing, ajudando as pessoas das duas áreas a de fato conseguirem mostrar aos prospects a proposta de valor em geral e as vantagens competitivas mais específicas.
Análise de custos
A gestão empresarial e a análise de custos são feitas por todos os sócios, que criam uma visão conjunta e tomam decisões colegiadas. Mas cada um deles, aplicando experiências e conhecimentos mais específicos, podem contribuir apresentando ideias individuais que não partiriam dos outros.
Nesse sentido, ao estudar a estrutura de custos de todos os setores, o diretor de tecnologia pode buscar a estabilização das despesas (na linha de estruturá-las para que não subam no mesmo ritmo do faturamento e das demandas) ou mesmo a redução, o que pode ser feito com automação de processos, troca de ferramentas, realização de integrações e mudanças em parâmetros de tecnologias já utilizadas.
Adaptações e vantagens competitivas
Mudanças no modelo de negócios, no formato de contratação do produto para os clientes e outras alterações associadas muito à gestão empresarial passam também pelo responsável pela infraestrutura tecnológica. Aliás, a idealização de uma mudança dessas pode até mesmo partir do sócio CTO e do entendimento de como o produto se encaixa no mercado e nas necessidades dos usuários.
O objetivo pode tanto ser uma adaptação para evitar prejuízos quanto o aproveitamento de determinada situação para ter uma vantagem competitiva. Ou seja, é a necessidade de o diretor de tecnologia influenciar diretamente no planejamento estratégico empresarial.
Mudança de fase do negócio
Durante o ciclo de vida da startup, ela e o produto passam por etapas de validação, consolidação e crescimento.
Quando o negócio resolve que é momento de elevar seu patamar a uma nova fase, alguns critérios levados em conta são saúde financeira e capacidade de investimento, tamanho da equipe, questões legais e status do produto. E é neste último que o sócio da área de tech precisa atuar de maneira a deixar a empresa preparada, ou para paralisar temporariamente o planejamento — pois buscar crescer sem a devida preparação em todos os setores tende a gerar problemas e demora no atingimento dos objetivos.
Como líder do plano de passagem de fase no ciclo de vida, o CTO tem potencial para idealizá-lo, estando ciente do ambiente dos outros setores, sinalizando aos demais sócios e profissionais que o produto está preparado para atender maior demanda ou pode em curto prazo ser qualificado.
Busca de investimento
Um dos maiores pontos de investimento de um negócio de tecnologia que busca aporte é justamente na infraestrutura do produto, tornando-o um competidor mais forte diante das plataformas concorrentes.
Portanto, ao buscar um investimento, o sócio CTO deve validar o orçamento feito para aplicação dos recursos, não deixando de incluir gastos com tecnologia externos ao produto, como para melhoria e automação de processos de backoffice, marketing e vendas.
Caso a busca seja feita junto a um investidor-anjo, sócio investidor ou em outro formato que exija a apresentação de um planejamento, o que nem sempre é necessário quando se solicita financiamento de uma instituição financeira, o diretor de tecnologia tem de ser o porta-voz desse quesito do planejamento financeiro e de crescimento.
Da mesma forma que sócios ligados áreas como marketing, administração e finanças participam da gestão no geral, ficando a par do que ocorre nos mais variados setores, o mesmo precisa ser feito pelo sócio CTO, levando suas experiências ao progresso de áreas distintas.
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