Às vezes se pensa que a inovação é só um “click” da mente de alguém muito criativo ou que enxerga além dos demais. Apesar de criatividade e visão serem importantes, e de o “click” não ser dispensável, isso por si só não garante a concepção de ideias inovadoras e amplamente aceitas dentro de mercados competitivos. Para obter esse sucesso é preciso passar corretamente pelas etapas da inovação e extrair o máximo possível de cada uma delas.
Cada fase do processo de inovação tem sua importância para a ideia e seu desenvolvimento, assegurando que pontos importantes não sejam ignorados e que cada quesito da criação, de sua validação e da entrada no mercado seja bem avaliado durante o planejamento.
Entenda agora quais são as etapas de um processo inovador e o que fazer nas diferentes fases.
Inspiração
É na inspiração que se enxerga um problema que existe para ser resolvido, que possivelmente muito pouca gente percebeu e ninguém ainda fez algo para resolver. Aliás, também é nessa etapa que surgem as ideias, pela inspiração, de como resolver o problema que se enxergou.
Como percepção e ideias somente não garantem que a inspiração gerará algo concreto que tenha valor para resolver o problema constatado, ou que se encaixará de forma positiva nas necessidades do público que enfrenta o problema, é preciso validar as ideias obtidas e conhecer o cenário com o qual os envolvidos na criação lidarão. Isso inclui ações como:
- levantar dados;
- entrevistar pessoas que fazem parte do público possivelmente consumidor da solução a ser desenvolvida;
- estudar o problema constatado;
- entender critérios legais relacionados ao contexto, que podem influenciar em restrições e possibilidades de atuação no mercado;
- pesquisar a concorrência nacional e internacional, incluindo empresas que podem se mover para entrarem no mercado em questão posteriormente.
O objetivo dessa etapa é ter o maior entendimento possível sobre problemas e necessidades dos possíveis clientes e lapidar ao máximo a ideia para uma criação, que abordaremos a seguir, com potencial de sucesso.
Criação
Agora, é o momento de começar a criar algo de concreto a partir da inspiração. É a primeira das etapas da inovação que coloca os responsáveis pelo projeto em contato com a solução a ser concebida, pois se baseia em ações próprias do desenvolvimento e focadas em fazer alguma entrega ao mercado.
Uma dessas ações é elencar diversas hipóteses e descartar as menos coerentes ou positivas. Enquanto as boas ideias devem ser mantidas, lapidadas e levadas adiante, as piores e mais irreais servem para os envolvidos enxergarem outros problemas, de projeto e do público, que podem resolver e que precisam evitar durante a criação.
Antes de um investimento de esforços e dinheiro direto no desenvolvimento, os frutos de brainstorms e todas as discussões ocorridas durante as tempestades de ideias devem conceber os primeiros desenhos da solução inovadora que se deseja elaborar.
Obviamente, a etapa de criação também é a que envolve prototipação e pivotagem, mas não somente para que algo seja de fato criado. Prototipagem, construção de MVP e pivotagem precisam obrigatoriamente servir para que erros sejam corrigidos e melhorias sejam implementadas antes de se chegar à próxima fase da inovação. Depois disso, as primeiras simulações e aplicações práticas têm de ser feitas para que as primeiras análises práticas, e mais concretas, da solução possam começar a surgir.
O final da fase de criação precisa que os envolvidos tenham clara noção do que podem entregar aos primeiros clientes, pelo menos no início da validação e da distribuição do produto ou serviço. Esse momento ainda exige que a avaliação da escalabilidade da solução seja feita para os responsáveis entenderem como, quando e com qual velocidade podem entregar a solução e escalar as operações. Em suma, é o planejamento de como entregar a proposta de valor e crescer sustentavelmente.
Experimentação
Chegamos à etapa de finalmente experimentar a solução projetada nas mãos de outras pessoas e fora do ambiente de controle, e zona de conforto, dos responsáveis pelo seu desenvolvimento. Por isso, a fase de experimentação pode trazer muitas ideias novas para o negócio e fundamentar uma série de melhorias com as percepções dos primeiros clientes ou usuários de teste externos à startup.
Seja como for, e não importando quem sejam os primeiros usuários, a experimentação tem como objetivo testar a solução aplicada a agentes externos e na visão deles, além de gerar a percepção de como o produto ou serviço se comporta em um cenário prático de mercado. Depois de algumas semanas, ou poucos meses, resultados devem ser coletados e analisados, junto a feedbacks de quem teve contato com a solução entregue.
Dificilmente algo que passou pela fase de experimentação não sofre mudanças ou não tem a aplicação de melhorias, estando já nesse momento pronta para ganhar o mercado com escala. Portanto, as avaliações de resultados e feedbacks são muito importantes, assim como as alterações que esses dados geram — evitando que à frente o negócio passe por dificuldades, perca mercado ou esteja em nível de inovação abaixo daquele atingido por demais players.
Acompanhamento
Por fim, temos a etapa que nunca se encerra, e que pode fazer as demais ressurgirem em novos projetos de expansão empresarial ou de rol de soluções entregues aos clientes. O motivo para o acompanhamento ser contínuo é a necessidade de o produto ou serviço entregar seu valor ao mercado já estando pronto, com a experimentação concluída.
Isso quer dizer estabelecer e monitorar os principais indicadores de performance e satisfação, padronizar o onboarding para novos clientes, definir os gerentes de sucesso e estabelecer suas atribuições. Também significa continuar analisando a solução para se constatar possibilidades de melhorias e correções necessárias.
Quanto ao ressurgimento das demais etapas da inovação, a experimentação faz isso quando, por exemplo, baseia um projeto de inserção de algum algoritmo, de mudança de layout ou de eliminação de funções dispensáveis.
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