Declaração completa ou simplificada: qual a melhor para meu IR?

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É facultado ao declarante do imposto de renda escolher entre declaração completa ou simplificada para entregar o seu IR, mas nem sempre os titulares das declarações sabem o que significa fazer a opção por um dos modelos.

Na prática, em suma, cada um deles muda a forma como a base de cálculo do imposto é formada para a apuração do imposto a pagar ou restituir. Enquanto um modelo aplica todas as deduções possíveis, outro apenas considera um desconto na renda tributável e gera o resultado final de imposto.

Para entender quais detalhes estão inclusos na diferença entre os modelos, e como escolher um deles, acompanhe-os da explicação das declarações às projeções de deduções da base do imposto.

O que é a declaração completa?

No modelo completo é possibilitado ao contribuinte aproveitar todas as deduções possíveis da declaração de imposto de renda, como gastos com educação, com saúde e com dependentes. Nesse caso, é necessário informar cada despesa detalhada e individualmente.

No layout do imposto de renda, a opção pelo modelo completo já vem pré-escolhida, sendo denominada como opção de tributação “por deduções legais”. Formalmente, significa que todas as deduções legais possíveis, e que o contribuinte tiver apresentado no preenchimento, serão levadas em conta para o cálculo do imposto a pagar ou restituir.

Chamar o modelo de completo é uma prática coloquial, tanto de contadores quanto de não contadores, pelo fato de esse tipo de declaração levar em conta tudo o que informado no cálculo do imposto.

Para quem a declaração completa é indicada

Quanto mais despesas, mas possibilidades de dedução. Logo, é o modelo indicado para quem tem muitos gastos para informar e também dependentes.

Por exemplo, quem tem dois filhos consegue deduzir da base do seu imposto o total de R$ 4.550,16 — sendo R$ 2.275,08 por dependente —, o que consequentemente gera redução no tributo a pagar. Já para despesas com educação e instrução o abatimento pode chegar a R$ 3.651,50, enquanto que os gastos com saúde não têm limite de dedução.

Por conta dessas possibilidades, a declaração completa pode gerar ao declarante um abatimento maior do que o calculado de maneira padronizada no modelo simplificada. Para isso, é necessário que o titular da declaração observe bem as regras legais para as deduções no intuito de não cair na malha fina posteriormente. Por exemplo, nem todo tipo de gasto com saúde pode ser utilizado para dedução, apenas os previstos na legislação do IR.

O que é a declaração simplificada?

O modelo de apuração do imposto de renda pelo desconto simplificado padrão aplica um desconto de 20% sobre a renda tributável do declarante. Então, como esse abatimento fixo, o sistema calcula se há imposto a pagar ou restituir conforme a renda informada e outras informações influentes no cálculo, como imposto retido na fonte.

Porém, ao contrário do modelo anterior, o simplificado não utiliza os gastos para fazer a apuração do tributo. Ele apenas leva em conta dados diretamente ligados ao cálculo, como renda e retenções de imposto. Sendo assim, por exemplo, mesmo que a pessoa tenha gasto toda a sua renda com despesas médicas dedutíveis no anterior, não aproveitará nenhum real dessa possibilidade escolhendo o modelo simplificado.

Para quem a declaração simplificada é indicada

Considerando que nenhuma dedução é aplicada conforme as despesas informadas, é um modelo mais indicado para quem tem pouco gastos a informar e não conta com dependentes. Para esses contribuintes é provável que os 20% de desconto simplificado aplicados na renda tributável superem quaisquer deduções que seriam provenientes de poucas despesas informadas.

Como projetar as deduções?

Pela lei, a aplicação do desconto simplificado não pode gerar mais de R$ 16.754,34 de abatimento na renda tributável da declaração, o que seria 20% de uma renda tributável total de aproximadamente R$ 84 mil. Ou seja, mesmo se a renda chegar a R$ 100 mil, em hipótese, a dedução da base do imposto não passará desse valor fixado em lei.

Já o modelo completo pode ultrapassar o valor citado em deduções. Portanto, o titular pode de antemão somar suas despesas médicas, com educação e todas as outras para observar previamente se elas resultaram em mais do que R$ 16.574,34. Caso sim, já fica entendido que a declaração completa será vantajosa.

Outro aspecto importante para escolher entre declaração completa ou simplificada é a restituição de imposto de renda. Para quem tem tributo a ser restituído, um ou outro modelo pode aumentar ou reduzir esse recebimento de restituição.

Por exemplo, se o contribuinte teve imposto retido, mas a sua renda tributável anual não entra nos critérios de tributação, provavelmente terá direito à restituição. Nessa hipótese, se não tiver muitas despesas a informar, escolher o modelo simplificado reduzirá em 20% a sua renda tributável, o que fará a restituição ser maior do que seria pelo modelo completo, que não geraria diminuição na base de cálculo — ou a reduziria em muito pouco.

Além de projetar as despesas e possíveis deduções, escolher o contador correto para elaborar e entregar seu imposto de renda também ajuda a fazer a melhor escolha ente declaração completa ou simplificada. O profissional contábil adequado consegue entender bem a realidade do declarante e ajudá-lo na opções menos onerosa ou que gerará o maior valor de imposto a receber de volta. Então, veja como escolher o melhor contador para declarar o seu IR.

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