Utilizado como ponto de referência ou indicador de comparação para avaliação interna, definição de metas e outras tarefas gerenciais e estratégicas, o benchmarking é o resultado de uma pesquisa feita por alguma empresa ou instituição em relação a processos, resultados, métodos e outros aspectos relacionados a players e/ou fatores de um mercado.
Além de contar com pesquisas e estudos de terceiros, a empresa pode fazer seu próprio benchmarking. Como esse trabalho demanda planejamento, método, tempo, equipe, ferramentas e outros investimentos, nem todo negócio consegue realizá-lo internamente, motivo pelo qual a maioria das empresas utiliza os resultados produzidos por terceiros. Isso não é problema algum desde que se tenha cuidado para consumir somente estudos de fontes confiáveis e realizados com métodos adequados.
Depois que bons benchmarkings são obtidos, é necessário analisá-los e aplicá-los corretamente, temas que serão o foco do conteúdo, já que uma boa ferramenta não gera a contribuição esperada se for usada de maneira errada.
A seguir, veja como buscar boas fontes, avaliar os resultados e aplicar adequadamente os pontos de referência no negócio.
Pesquisando benchmarkings
Veículos de imprensa com reconhecimento costumam ser boas fontes porque para diversas reportagens sobre mercados e empresas eles próprios fazem o trabalho de busca, filtragem e verificação dos dados coletados para publicação em suas matérias. Ou seja, entregam informações de referência validadas por trabalho jornalístico.
Mídias informativas de nicho, focadas em segmentos e tipos de empresas, mesmo não tendo a relevância nacional de um grande veículo de comunicação, também são boas fontes na maioria das vezes. As equipes desse tipo de mídia são compostas geralmente por pessoas que já conhecem a área que abordam nos seus conteúdos e diariamente focam em pesquisá-la, entender tendências e compilar dados importantes de estudos sobre o mercado e as empresas dele.
Instituições de pesquisa, órgãos representantes de classe e demais organizações preocupadas com o desenvolvimento de um setor e dos empreendimentos que ele abrange são responsáveis pela geração de muitos dados que apontam caminhos para as empresas seguirem, sendo fontes excelentes de benchmarking.
Muitas empresas também realizam o processo para fins estratégicos e uso somente interno dos resultados, mas há aquelas que acabam divulgando seus estudos, principalmente as de grande porte e as gigantes, em ações individuais ou feitas em parceria a outros negócios ou instituições. Às vezes, essas organizações também coletam dados produzidos por outras fontes e publicam em seus canais.
Análise das fontes
Para julgar se a fonte que está sendo visualizada pode ser considerada confiável, é importante se atentar a alguns critérios, como:
- volume de empresas, profissionais ou outro objeto de estudo da pesquisa;
- indicadores utilizados na compilação dos resultados;
- abordagem realizada junto aos colaboradores da pesquisa;
- outras informações anexadas e relacionadas com as coletadas e a veracidade e a atualização delas (dados públicos da Receita Federal sobre empresas, por exemplo);
- período de realização do processo e data de publicação (uma demora excessiva entre as datas poderia gerar a publicação de resultados defasados).
Também é importante observar questões comportamentais que podem gerar alguma suspeita. Por exemplo, se a mesma fonte já publicou resultados falsos ou errados anteriormente ou se é possível identificar alguma imparcialidade nas conclusões.
E nunca se esqueça de entender qual foi o objetivo do estudo avaliado, pois dependendo do tipo de benchmarking ele pode não servir aos propósitos internos. Em hipótese, se uma empresa global de tecnologia apresenta um relatório sobre uso de produtos e serviços, mas apresentando comparações entre suas soluções e as principais concorrentes, esses dados podem não servir para o gestor que está buscando números sobre uso de tecnologia para objetivos corporativos em geral.
Avaliando os dados e tomando decisões
Decidida que determinada fonte será utilizada, já se tem os resultados a serem avaliados e utilizados em ideias, planejamento e decisões. E esses dados precisam de uma boa análise para que sejam obtidos insights úteis e relevantes.
Uma boa prática no uso de benchmarkings é estabelecer paralelos: perceber quais resultados e suas razões têm alguma relação com a empresa, o que pode indicar que o negócio passa por algum problema que outros semelhantes também enfrentam devido a fatores que podem ser identificados no ambiente interno.
Entender contextos também é fundamental para usar bem as informações e não deixá-las induzirem a empresa a erros. Um relatório pode mostrar que um grupo de empresas aumentou a produtividade e a qualidade de alguns processos ao montar setores internos especializados neles, mas esse resultado não pode ser utilizado pela maioria das empresas cujo contexto é de menor poder econômico, equipes enxutas e menor demanda de atividades, para as quais a terceirização surge como melhor opção, principalmente em trabalhos que não fazem parte das atividades fim.
Copiar indicadores de relatórios muitas vezes é algo bom, pois a empresa passa a monitorar ações e números que fazem parte de seu ambiente, mas que ainda não recebiam a devida atenção.
Além de cases de sucesso e números positivos, é preciso ter muita atenção também ao que não fazer, ao que as informações apontam como negativo, que já prejudicou outros negócios e como e por que esses problemas e falhas ocorreram. Essa observação pode ser muito esclarecedora para a percepção de que mudanças são necessárias.
Para indicadores relacionados, é de se esperar que um bom benchmarking mostre cruzamentos e relações entre resultados distintos, mas é importante sempre ficar atento a essas ligações para identificar algo que possivelmente as conclusões documentadas não mostraram e que é importante para os insights buscados internamente.
Tem mais alguma dúvida sobre os benchmarkings ou pode compartilhar conosco uma boas fonte de informações relevantes sobre tecnologia, startups, finanças e negócios em geral? Escreva nos comentários.