Nos últimos anos fala-se cada vez mais em transformação digital e na ideia de que startups e empresas tradicionais podem qualificar suas estruturas organizacionais e serem mais competitivas com tecnologia aplicada de diferentes formas.
Essa ideia não tem nada de errado, mas a tecnologia em si não resume a transformação digital, que depende de um ambiente propício para seu desenvolvimento. Ou seja, as pessoas também são importantes nesse cenário, que tem como um dos objetivos valorizá-las estratégica e intelectualmente.
Para você entender melhor, vamos conceituar essa transformação agora e mostrar alguns impactos que elas causam nos negócios. Inclusive em startups, ainda que esse modelo já seja concebido próximo a ideias de inovação e tecnologia.
Conceito de transformação digital
Diferentemente de algumas percepções pouco abrangentes sobre o assunto, a transformação digital não se resume em digitalização de processos e documentos e na adoção de tecnologias. Apesar de necessárias e positivas, essas ações somente ficam no campo da automação de processos e na modernização de tarefas.
Sendo mais abrangente, o termo se refere ao uso da tecnologia como um dos pontos estratégicos de um negócio para melhoria de desempenho, otimização de recursos e ganho de competitividade. Nesse cenário, a tecnologia é incorporada à estrutura da startup sendo tão fundamental quanto seus processos e até mesmo moldando a maneira como a estruturação, ou reestruturação, é planejada e executada.
Consequentemente, essa maneira de organizar – ou reorganizar – um negócio impacta em estratégias e ações que se referem aos mais diferentes setores. Assim, os responsáveis precisam desenhar o modelo de negócio e os fluxos de trabalho de cada área interna de acordo com a estrutura organizacional projetada pela transformação digital, no intuito de ter os ganhos setoriais e gerais que citamos acima.
Impactos da transformação digital em startups
Marketing, vendas e experiência do cliente
Os compradores e contratantes atualmente não são sujeitos totalmente passivos, têm volume imenso de informação à disposição e deixam dados na internet como nunca. Logo, precisam ter as suas demandas pontualmente atendidas, considerando até mesmo os aspectos mais individuais, como interesses e nichos de participação.
Por conta disso, a tecnologia tem de ser aplicada estrategicamente para melhor entendimento do perfil dos clientes potenciais e promover, com base nesses dados, experiências personalizadas durante suas jornadas de compra, sejam elas parcial ou totalmente online.
Regulações e leis
Por um lado, a tecnologia possibilita conversar de maneira segmentada com o público do negócio, aproveitando as informações que as pessoas deixam em páginas e formulários. Por outro, isso só é permitido se boas práticas de uso da informação e dos meios digitais são respeitadas.
Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil para proteger a segurança e a privacidade de dados, seguindo o que foi feito primeiramente na Europa com a General Data Protection Regulation (GDPR), as startups passam a observar critérios legais relacionados aos seus processos operacionais e não operacionais – envolvendo dados –, o que poucos anos atrás não era feito. E dependendo da fase de maturidade e crescimento do negócio, um projeto exclusivo totalmente voltado à adequação tecnológica e jurídica precisa ser executado.
Gestão de processos
Algumas tarefas e etapas de fluxos de trabalho antigamente simplesmente não podiam ter o desempenho mensurado. Pelo menos não de maneira exata e confiável sem perda de tempo. Com a automação de tarefas, informatização e digitalização de documentos e outros papéis, é muito difícil encontrar uma atividade de uma startup que não possa ser avaliada com números e histórico.
Aqui, o impacto da transformação digital está em como a mensuração de desempenho de processos passa a ser feita e as mudanças causadas em análises, planejamento e tomada de decisão. O feeling e as apostas foram eliminados do ambiente gerencial.
Gestão financeira
Desde a criação da primeira empresa do mundo até hoje não se alterou a lógica financeira e de gestão das finanças. Porém, controlar contas a pagar e receber, ter lucro e gerar caixa positivo não são mais suficiente, como ocorria em outros tempos.
Atualmente, para ter vantagem competitiva e otimização de recursos com gestão financeira, cada ponto da estrutura de custos deve ser mapeado, relacionado com receitas e ainda prover insights em projeções, cruzamento de informação e outras formas de tratamento dos dados financeiros.
Além disso, cada vez mais as rotinas administrativas e financeiras requerem automação para tornarem negócios mais enxutos e simultaneamente mais eficientes, reduzindo e até eliminando qualquer risco ligado às movimentações financeiras. Existe ainda a necessidade de adaptar as empresas aos níveis de segurança com os quais trabalham players do ramo financeiro, como os intermediários de transações.
Infraestrutura e cultura corporativa
Nem todo negócio precisa de um setor de TI completo, claro. Mas é cada vez mais difícil operar sem pelo menos uma estrutura mínima e algum nível de integração entre softwares e tarefas.
Um dos motivos é o poder que a transformação digital tem de carregar junto com ela até empresas que não se preocupam com o conceito, mas investem crescentemente em tecnologia e se esforçam para modernizar processos conhecendo soluções e seguindo tendências que são gerais. A consequência disso é uma espécie de obrigação de transformar digitalmente no mínimo alguns processos críticos para atender a expectativas de clientes e parceiros.
Quanto à cultura corporativa, pode precisar ser remodelada para que a startup se transforme – ou extraia o melhor da transformação já feita em outros pontos internos. Isso porque ela tem de privilegiar o digital e os benefícios que ele pode gerar, para o que podem ser permitidas mudanças como flexibilização na hierarquia, eliminação de práticas e desenvolvimento de novas formas de aprendizado e disseminação do conhecimento.
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