Bastante se fala sobre aceleração no universo das startups, mas muito menos atenção é dada à pré-aceleração de startups, processo que pode ser tão importante quanto o citado anteriormente. Para negócios ainda existentes somente no mundo das ideias, essa preparação para o mercado e para um programa de aceleração pode fazer grande diferença na conquista do sucesso.
E quando falamos em sucesso nos referimos à possibilidade de escalar sem dificuldades e de fazer a empresa crescer de maneira sustentável, um grande desafio até mesmo para empreendedores experientes.
Então, veja a como funciona a pré-aceleração, como se diferencia da aceleração de fato e quais são os benefícios do processo.
O que é pré-aceleração de startups
O processo de pré-aceleração não é apenas uma preparação para uma aceleração ou etapa anterior à aceleração em si, é também uma forma de esclarecer os responsáveis por um projeto para que consigam dar os primeiros passos em suas jornadas. Por isso, algumas características comuns a projetos que precisam ser pré-acelerados são:
- ainda não há clareza sobre o perfil do cliente;
- a solução tem um escopo central, mas ainda está indefinida;
- não existe um MVP ou faturamento;
- ainda não há clareza sobre a forma de escalar as operações.
Partindo disso, a pré-aceleração ajuda os empreendedores a obterem respostas para essas e outras dúvidas que precisam ser respondidas antes que um planejamento coerente seja documentado. Além disso, o processo ajuda também nas tarefas de criar um produto mínimo viável, ou fazer uma prototipação, e validar a solução.
Também é possível que a constatação do programa seja de que a startup precisa pivotar. E, nesse caso, o processo auxilia na tomada das decisões dos responsáveis pelo projeto.
Quais são as diferenças entre aceleração e pré-aceleração de startups
Uma das principais diferenças é o aporte de investimento, que não ocorre em uma pré-aceleração, pois a ideia é em suma estruturar a linha de raciocínio do projeto para que ele possa começar a andar. Já em uma aceleração pode ocorrer aplicação de dinheiro inclusive em diversas rodadas, no intuito de desenvolver mais rapidamente um negócio que já possui bases para competir no mercado.
Aliás, o estágio dos negócios abraçados pelos processos é outro critério muito relevante que os diferencia. Enquanto empreendedores podem ser pré-acelerados ainda na fase de ideação, quando não existe nada de concreto além da ideia da startup, uma empresa acelerada tem de estar mais bem encaminhada, inclusive com um MVP validado, as primeiras vendas feitas e alguma base de clientes, mesmo pequena.
Mas nem tudo são diferenças. Uma semelhança entre os processos é o apoio aos empreendedores por meio de inteligência e recursos não financeiros, como mentoria profissional, espaço de trabalho e abertura de portas no mercado.
Quais são os benefícios da pré-aceleração
Networking avançado e facilitado
Algumas pessoas superestimam o networking, mas ele não deixa de ser importante e muito positivo se feito da maneira correta e incentivado por alguém relevante em um círculo no qual o negócio pode se inserir.
Um mentor ou empresário de sucesso pode facilitar o acesso dos empreendedores a potenciais parceiros, eraly adopters, clientes e até futuros investidores. Por terem relevância, os agentes da pré-aceleração podem ajudar o projeto a ser levado a sério e colocado como prioridade na agenda de contatos importantes para seu desenvolvimento.
Aprendizado prático e real
Um programa de pré-aceleração conta com prazos a serem respeitados, avaliadores, treinamento de pitch e várias outras etapas que ajudam os empreendedores e a startups a se prepararem para o mercado e para situações como busca de um investidor ou mesmo uma aceleração.
Isso dá ao projeto um caminho a seguir, prazos, metas e tarefas que dizem respeito a terceiros, além de ferramentas e recursos necessários para que esse caminho seja trilhado e as experiências sejam vividas. Logo, os envolvidos adquirem muito mais aprendizado do que teriam desenvolvendo o negócio sozinhos, progredindo conforme o limite de seus recursos, e sem contato com pressões e agentes de um ambiente externo.
Liberdade maior para errar, testar e acertar depois
Por exemplo, uma empresa não pode ser acelerada nem se colocar no mercado sem um MVP validado, sem conhecer o perfil dos clientes ideais ou não sabendo como escalar as suas operações. Porém, pode estar nessa situação ao ser pré-acelerada, o que dá condições e tempo favoráveis, em um ambiente mais controlado, para tudo ser planejado, avaliado e otimizado.
Dentro desse processo existe uma liberdade que não há no mercado, visto que erros na operação junto aos clientes acarretam em prejuízos para curto e longo prazos, como perda de clientes e parceiros e má reputação.
Prevenção contra desperdício de recursos
Receber aporte certamente é algo bom, mas também pode ser perigoso. Contar com o capital de um investimento facilita que gastos com coisa desnecessárias, pequenas ou secundárias sejam feitos por haver disponibilidades e um limite mais permissivo.
Passando por um período de avaliações e aprendizado prático, os empreendedores ficam mais bem preparados para se planejarem e definirem prioridades com capital próprio e de terceiros. Ademais, não são queimados recursos importantes e essenciais em um momento no qual poucas coisas do negócio são concretas e ainda há muito o que desenvolver em relação à solução e a demais quesitos.
Conclusivamente, a pré-aceleração de startups é muito interessante para iniciar um projeto e ter mais chances de fazê-lo sobreviver depois por conta de empreendedores e negócio serem bem preparados para momentos decisivos posteriores. E para quem pretende acelerar ou incubar seu projeto no futuro, a aceleração prévia é quase uma obrigatoriedade.
Aliás, para tomar essa decisão posteriormente os responsáveis devem saber qual processo é mais adequado para a startup, pois são bem diferentes. Então, entenda o que são aceleração e incubação de empresas e quando optar por uma ou outra forma de apoio.