Ponto de equilíbrio: o que é e como calcular

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O ponto de equilíbrio (break-even point) é mais uma das várias ferramentas gerenciais utilizadas para entender a situação financeira do negócio, focada especificamente no controle do pagamento da estrutura de custos e na geração de lucro.

O conceito é dividido em três tipos, sendo dois deles voltados a despesas e lucratividade e um para a avaliação de oportunidades de mercado aproveitadas por um negócio.

Agora, vamos mostrar o que é e como se calcula cada tipo de break-even point. Acompanhe-nos.

Ponto de equilíbrio contábil

Esse é o formato de ponto mais utilizado, pois é o modelo de cálculo que leva em conta o maior número de variáveis. Nele divide-se o valor das despesas fixas pela margem de contribuição, e o resultado é o número de vendas ou prestações de serviços necessárias para que se iguale os valores de entradas e saídas: o momento do equilíbrio entre as contas a pagar e receber.

Nas despesas fixas são elencados os valores relacionados a aluguel, salários, energia elétrica, internet e outros de contas que não variam conforme o volume de vendas, atendimentos ou clientes. Quanto às despesas variáveis, entram na fórmula junto ao preço das vendas ou dos serviços, e são pagos antes de sobrar a margem de contribuição. Assim, essa margem cobre as despesas restantes e não ligadas às vendas diretamente, as fixas.

Por exemplo, se a soma das despesas fixas ficar em R$ 5 mil e o ticket médio for de R$ 1 mil, com uma margem de contribuição de 40% (R$ 400), chega-se ao ponto de equilíbrio com 12,5 vendas. Então, a empresa começa a gerar lucro a partir da 13ª venda do mês.

Esse cálculo leva em conta todos os tipos de custos fixos do negócio, inclusive depreciações, amortizações e até mesmo provisões de gastos da sua contabilidade. Por isso, pode ser utilizado para contas que visam prever cenários futuros e utilizam documentos mais complexos e completos para a extração de dados, como os demonstrativos contábeis.

Ponto de equilíbrio financeiro

O objetivo desse ponto é o mesmo da fórmula anterior, mostrar em que momento não há lucro nem prejuízo e a partir do qual as vendas ou serviços passam a gerar lucro. A diferença para o anterior é que este não utiliza despesas que não geram desembolso de caixa e contas bancárias, como a depreciação de bens.

Se o responsável pelo negócio for calcular o ponto de equilíbrio com auxílio de demonstrações geradas pela escrituração contábil da empresa, haverá nesses dados números que não fazem parte da movimentação do caixa, como a desvalorização de ativos físicos. Então, o gestor pode ignorar esse tipo de custo para calcular o que também é chamado de ponto de equilíbrio de caixa.

Feita a listagem das despesas fixas que movimentam o caixa, é realizada a mesma conta vista acima: despesas ÷ margem de contribuição.

O ponto financeiro pode ser utilizado junto ao contábil, com o primeiro referindo-se apenas a prazos como o mês corrente ou quinzenas e o segundo sendo utilizado em análises preditivas.

Ponto de equilíbrio econômico

Diferentemente dos demais, esse ponto tem como objetivo mostrar quanto o negócio precisa faturar para que determinada decisão ou escolha seja mais vantajosa do que alguma outra opção que havia. Justamente por esse motivo o custo de oportunidade é incluso no cálculo, que serve para empreendedores projetarem estratégias e avaliarem investimentos, produtos e serviços e mercados potenciais.

Aqui, primeiramente é preciso calcular o custo de oportunidade, a novidade da análise e fator ainda não conhecido. E para isso é necessário saber qual seria o ganho da oportunidade não escolhida ou pelo menos projetá-lo com maior exatidão possível.

Por exemplo, para expandir a fatia de mercado, o negócio tem como opção atender a grandes empresas em um mercado mais restrito e com players tradicionais já atuando, sendo que a dificuldade de competir seria compensada com R$ 5 mil de margem de contribuição por cliente. A segunda opção é expandir para um nicho específico focando nas pequenas empresas dele, dentro do qual é mais fácil competir e há mais clientes em potencial, e a margem possível é de cerca de R$ 500 por possível cliente.

Na hipótese, mantendo-se os custos fixos, e considerando as variáveis já inclusas na formação de preço, o ponto de equilíbrio econômico seria de 11 novos clientes na escolha da segunda opção. Na 11ª aquisição essa oportunidade se tornaria mais vantajosa que a anterior.

Também pode ocorrer de as despesas fixas terem variação dependendo da oportunidade escolhida. Por exemplo, para atender a grandes empresas poderia ser necessário investir em mais profissionais e estrutura, gerando um custo adicional de R$ 4 mil mensais nessas despesas. Então, esse valor teria de entrar na conta junto à projeção da aquisição de clientes.

Não havendo necessidade de fazer investimentos para atender às oportunidades do nicho de pequenas empresas, pelo menos no primeiro mês, inicialmente apenas três novos clientes fariam com que essa opção fosse mais vantajosa do que a do mercado de grandes corporações.

Pelas características, o ponto econômico é o menos utilizado. Porém, é o mais indicado para momentos nos quais o custo de oportunidade precisa ser estimado e analisado.

Rotineiramente, os dois tipos anteriores devem receber atenção e serem indicadores financeiros acompanhados junto aos demais, como ticket médio, lucratividade percentual, faturamento e saldo de caixa. De preferência, têm de ser conciliados para que o negócio seja controlado visando curto e médio ou longo prazos, o que permite a tomada ágil de decisões para os mais diferentes cenários.

E se você se interessou no ponto de equilíbrio, certamente gostará do nosso guia para ter bons resultados com a gestão financeira: leia e implemente as boas práticas na sua empresa.

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