MVP é um dos termos mais falados e conhecidos do universo das startups, pois é o que os negócios em estágios iniciais precisam para validarem suas soluções junto aos potenciais clientes. Mas o fato é que isso não resume por completo o que é o produto mínimo viável, que não precisa obrigatóriamente ser a primeira versão da solução colocada no mercado.
Existem diferentes tipos de MVP e para cada empresa um deles pode ser o ideal — inclusive havendo alternativa para o empreendimento que ainda nem tem o que apresentar aos primeiros usuários.
Para explicar melhor o assunto, neste post vamos mostrar cinco diferentes formatos de MVP e em quais situações eles se inserem melhor.
1. MVP Concierge
Esse termo tem tudo a ver com seu significado para o concierge de hotel, pois a função do MVP Concierge é atender às necessidades dos clientes de maneira próxima e personalizada. Justamente por isso é um tipo de MVP não escalável, mas extremamente útil para posteriormente o produto ou serviço ser desenvolvido com sucesso.
Outro ponto positivo desse MVP é que ele dispensa alguns investimentos para a validação da solução. Por exemplo, uma startup pode antes de desenvolver sua plataforma entregar os serviços manualmente para um grupo selecionado de usuários, ter uma visão clara de suas necessidades e colher feedbacks.
Vamos imaginar um negócio que entrega layouts para lojas virtuais somente do segmento B2B, o que já existe no mercado. Essa startup poderia seguir o seguinte processo:
- entender o mercado de cada membro do grupo de usuários selecionados;
- enviar a eles imagens de layouts baseados em seus perfis e suas necessidades;
- entregar os layouts aprovados programados e funcionando;
- acompanhá-los e colher feedbacks.
Apenas depois disso, conhecendo melhor os usuários e validando a solução, a startup poderia investir em criar sua plataforma, layouts predefinidos e demais recursos essenciais à apresentação de fato dos serviços ao público em geral.
2. MVP Fumaça
O MVP Fumaça serve para avaliar o interesse dos potenciais clientes em um produto ou serviço que está sendo desenvolvido ou ainda será. Para isso, os responsáveis apenas precisam de um canal de marketing para fazer a distribuição e uma forma de apresentar a solução ao potencial público.
Uma boa forma de fazer essa fumaça é com uma landing page que fala sobre a solução e exibe um vídeo que apresenta seus conceitos e, se possível, o funcionamento. Assim, o interesse pode ser medido a partir da taxa de conversão da página, enquanto dados são colhidos para se obter mais conhecimento do público, que receberá novidades com o tempo e a vantagem de ter o produto ou serviço em primeira mão.
3. MVP Mágico de Oz
Esse MVP se assemelha ao Concierge pela dificuldade de escalar, mas se diferencia dele por exigir que a interface do aplicativo ou site esteja pronta e funcionando nas mãos dos usuários.
O que caracteriza esse tipo de MVP é o fato de as automações ainda não estarem prontas, sendo essas tarefas feitas manualmente pela mão humana com o objetivo de obter insights, entender as necessidades dos clientes e inciar as automatizações com uma linha de raciocínio coerente do que elas devem ser.
Uma startup relevante no mercado que utilizou esse tipo de MVP para validação foi a plataforma EasyTaxi. Os primeiros usuários do aplicativo pediam os veículos dentro dele normalmente, mas pessoas “trabalhando atrás das cortinas” — expressão que caracteriza o nome do MVP — ligavam para os taxistas e os enviavam aos solicitantes.
4. MVP Protótipo
A prototipagem funciona com a criação de um exemplar funcional do produto ou serviço para os usuários o explorarem e avaliarem. Simultaneamente, a startup também analisa a intereação entre usuários e solução e a performance dela em si e faz anotações importantes para o desenvolvimento final.
Pela materialidade e pela objetividade do teste de um protótipo, em todos os pontos, essa é uma das melhores formas de validar uma solução internamente e junto a potenciais clientes. Por outro lado, é uma das mais difícieis porque exige quase o mesmo investimento necessário ao desenvolvimento do produto ou serviço final, que pode ser bem alto.
5. MVP Duplo
Aqui trata-se de um teste A/B do produto mínimo viável, desenvolvendo dois formatos para analisar a aceitação, a performance, a experiência dos usuários e demais quesitos relacionados a cada exemplar.
Por exemplo, uma empresa que esteja desenvolvendo um aparelho no ramo da internet das coisas pode criar dois protótipos com as seguintes diferenças:
- de tamanho;
- de forma de uso da interface;
- de compatibilidade;
- de maneiras de segurar e/ou transportar;
- de forma de fixar em ambientes;
- de sistema operacional.
Obviamente, uma prototificação dupla tende a ser a mais cara entre todas as possibilidades de lançar um MVP, mas gera retorno muito interessante e palpável em insights, opiniões e mensurações.
Qual é o melhor MVP para minha startup?
Primeiramente, as opções podem aumentar ou diminuir em razão dos recursos que o negócio possui ou não. Porém, uma sociedade que tenha bastante dinheiro pra investir logo no início não precisa necessariamente criar um protótipo ou fazer uma prototipação dupla por contar com grande capital.
Os tipos de MVP também devem ser considerados levando em conta a solução do negócio. Por exemplo, se o produto é um hardware ou aparelho fica difícil fugir do desenvolvimento de pelo menos um protótipo. Já se é uma plataforma, como no exemplo que demos anteriormente, tanto o MVP Concierge quanto o Mágico de Oz são adequados.
Por fim, se ainda não há algo pronto para ser demonstrado ou entregue resta a opção de um MVP Fumaça, que posteriormente pode ser complementado com algum dos formatos que colocam algo na mão dos primeiros usuários.
Agora, se a sua startup estiver dando os primeiro passos, você pode escolher um ou mais dos MVPs mostrados para iniciar a validação do que pode ser seu case de sucesso. E não deixe de assinar a nossa newsletter para receber em seu e-mail mais conteúdo voltado ao universo das startups.