Dinheiro parado se desvaloriza por conta da inflação. Então, valores disponíveis além do necessário para despesas e capital de giro podem ser colocados em investimento para PJs, que podem ser efetivados pelo CNPJ ou pelo CPF.
Normalmente, aplicações como pessoa física são mais rápidas, menos burocráticas e exigem aportes iniciais menores. Mas também é possível, se for preferência, encontrar ativos e instituições que facilitem os investimentos como pessoa jurídica.
Para ajudá-lo com a escolha das opções, vamos abordar e dar alguns detalhes de 8 aplicações rentáveis e acessíveis.
Fundos de investimentos
Um fundo permite que o investidor tenha acesso a investimentos diversificados — em ativos distintos ou em quantidade de opções dentro de um mesmo mercado — e conte com uma gestão profissional para o seu aporte.
O gestor do fundo, corretor especialista da instituição financeira, escolhe os mercados e investimentos nos quais aportar, gerencia os riscos, define qual parte do montante colocar em cada opção, quando encerrar e toma outras decisões estratégicas, além de gerar os relatórios de atividades e lucros.
Em um fundo de ações, por exemplo, o investidor tem seus valores aplicados em ações de diferentes empresas, enquanto que no fundo imobiliário os aportes são em empreendimentos e os rendimentos se dão por valorização dos imóveis e pagamento de aluguéis comerciais.
Também existem os fundos multimercados, nos quais se pode investir simultaneamente em ações, empreendimentos, títulos de renda fixa e demais opções.
Vários fundos exigem participação mínima alta, mas existem aqueles mais acessíveis e que permitem a entrada a partir de um aporte de R$ 1 mil ou menos.
Renda fixa
Para quem tem preferência por riscos mais baixos e previsibilidade de retorno, a renda fixa é ideal.
Títulos desse mercado são comprados por determinado valor e o retorno deles já tem um percentual definido (prefixado) ou um indexador econômico que define qual será o lucro (pós-fixado). Também há os híbridos, com a rentabilidade composta por um percentual mais um indicador econômico.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Um dos investimentos para PJ mais acessíveis é o CDB. Ele é emitido por um banco e pode ser oferecido pela própria instituição ou por outra, e na sua aquisição o investidor já conhece qual percentual e/ou indexador gerará os rendimentos.
Uma das vantagens do CDB é o fato de ele ser coberto em até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Logo, caso a instituição financeira venha a falir ou entrar em recuperação judicial, o investidor não perde os valores que aplicou.
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Agropecuário (LCA)
Outros títulos de destaque, mas que exigem aportes um pouco maiores — sendo boas opções para quem já conta com certa poupança — são LCI e LCA, cujos lucros são isentos de imposto de renda.
Para a LCI, o prazo legal mínimo de resgate é de 12 meses, enquanto para a LCA é de 9. Porém, há emissoras que permitem a liquidação somente na data de vencimento acordada na aquisição, para prazos maiores que os citados.
Assim como o CDB, LCI e LCA também contam com a proteção do FGC.
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA)
Entre as opções da renda fixa isentas de imposto temos também CRI e CRA, ambos emitidos por securitizadoras de crédito. Um fator que demanda atenção sobre os Certificados é a baixa liquidez. Portanto, o valor aportado neles precisa ser direcionado a objetivos de longo prazo, pois a melhor estratégia é resgatar o montante com lucro na data de vencimento da aplicação.
Diferentemente de outras opções da renda fixa, CRI e CRA não contam com a proteção do FGC.
Tesouro Direto
Investir no Tesouro Nacional também é preferência que quem visa somente o longo prazo e a maior segurança possível, já que historicamente, independentemente do governo no poder, o Brasil é um bom pagador de seus investidores do Tesouro.
Existem diversas opções, como Tesouro Selic, cuja rentabilidade se baseia na Taxa Selic, e o Tesouro IPCA, que corrige o montante pela inflação até a data da liquidação.
Basicamente, as opções se diferenciam por data de vencimento e formato de cálculo ou indexador dos rendimentos.
Mais recentemente surgiu o Tesouro RendA+, no qual o investidor programa aportes mensais para em determinado momento, que pode ser na aposentadoria, contar com uma renda extra mensal paga pelo Tesouro, de forma muito parecida como ocorre na previdência privada.
Letras de Câmbio (LC)
As LCs são oferecidas por financeiras, que vendem esses títulos atrelados a um percentual de cálculo do lucro ou a um indexador que formará os rendimentos na liquidação.
Esse é um investimento de renda fixa para quem tem mais disponibilidade de capital por dois motivos:
- o resgate não pode ser feito antecipadamente e sim apenas na data de vencimento. Ou seja, o valor investido não pode ser um montante que o investidor possa precisar em algum momento;
- os valores mínimos de aporte são altos na maioria dos casos, de cerca de R$ 10 mil ou mais.
O investidor de LCs conta com o seguro do FGC para seu aporte.
Ações
Com grande capital ou pouco, é possível abrir uma conta em corretora ou pelo próprio banco e adquirir ações de empresas listadas na bolsa de valores.
Naturalmente, é uma aplicação para quem tem perfil de investidor mais tolerante a riscos. Porém, é possível ter ganhos maiores que na renda fixa.
No mercado de ações, é muito importante contar com assessoria especializada ou, pelo menos, consumir muita informação sobre o mercado e as empresas das quais se pretende adquirir os papéis. Isso porque a valorização e a desvalorização desses ativos são afetadas por uma série de fatores, como lucro, contratações e demissões, responsabilidade social, ambiente político e econômico e até mesmo relações internacionais do Brasil.
ATENÇÃO: evite operar na bolsa de valores como PJ, pois perde-se a possibilidade de ter isenção de imposto de renda (para PF, a isenção ocorre em movimentações de até R$ 20 mil mensais, sem operações de day trade). Além disso, o investidor fica obrigado a passar por uma série de processos burocráticos exclusivos para CNPJs que trabalham com ações.
Investimentos no exterior
Tomando os mesmos cuidados que na aplicação em ações, e buscando assessoria e conhecimento da mesma forma, é possível realizar daqui investimentos em Wall Street ou na Nasdaq.
Diversas corretoras oferecem em suas plataformas uma conta internacional, com a funcionalidade de câmbio, dentro da qual é possível escolher ativos de fora do país, principalmente de bolsas estadunidenses. Então, o investidor precisa apenas colocar fundos em sua conta, fazer o câmbio para convertê-lo em dólar e em seguida já pode aplicar.
Alertamos novamente para evitar o uso do CNPJ nos investimentos em ações do exterior, pois a burocracia para PJs em tais operações é muito grande e pode até gerar custos adicionais, junto ao aumento dos impostos e taxas.
Como dica extra, podemos dizer: se tem clientes no exterior, exportando serviços, mantenha uma conta em moeda estrangeira para facilitar os recebimentos e passar mais rapidamente pelos processos de depósito e conversão de câmbio, principalmente se realizar aplicações em ativos de fora do país.
Como muitos especialistas em investimentos sugerem, uma boa estratégia é diversificar as aplicações. Portanto, o investimento do PJ pode ser feito na renda fixa e na variável ao mesmo tempo, em mais de um ativo da renda fixa ou via fundo de investimento.
A diversificação pode ajudar o lucro a ser mais alto e também proteger o investidor no caso de baixa de um ativo, problema com determinada instituição financeira ou efeito negativo de fator político ou econômico nacional.
Você já faz seus investimentos ou pretende fazer? Qual opção abordada tem mais a ver com seu perfil? Se tem outra preferência de aplicação, contribua deixando a dica nos comentários.