Está cada dia mais fácil, ou menos difícil, exportar serviços por conta de algumas desburocratizações, processos modernizados, facilidade na comunicação e integração entre comunidades de negócios, mesmo que de países distantes. Mas antes de decidir pela internacionalização, um planejamento muito bem feito deve observar fatores internos e externos, que vão esclarecer se há viabilidade para a exportação pretendida.
A seguir, vamos abordar com detalhes e exemplos práticos para quatro dos principais pilares de um planejamento de internacionalização.
Adequar marketing e vendas
O que a sua empresa faz no mercado interno pode funcionar muito bem, mas não significa que conseguirá a mesma competitividade repetindo os processos de marketing e vendas, e os canais, em outro país pelas diferenças de costumes, culturas, tecnologias e diversos outros fatores.
Por exemplo, no Brasil o buscador Bing no Brasil, conforme dados de pesquisa da ComScore (empresa global de mídia) não chega a concentrar 1,5% das pesquisas, o Google engloba mais de 97% delas e, por isso, recebe a maioria dos investimentos e esforços para ações de marketing. Porém, nos Estados Unidos, com mercado até maior que o brasileiro em geral, o Bing chega a quase 6% das buscas e acaba sendo mais relevante para o marketing digital.
Enquanto isso, na China, nenhum dos dois tem grande relevância, sendo o Baidu, com 64% das pesquisas, o buscador que mais concentra público no gigante mercado do país mais populoso do mundo.
Também é importante ter esse cuidado com o processo comercial, pois alguns canais e ações têm menor aceitação em determinados locais. Um exemplo disso é o WhatsApp Business, utilizado no Brasil em larga escala para marketing e vendas, mas que nos Estados Unidos não tem adesão. Lá, a principal ferramenta de troca de mensagens entre pessoas é a mensagem de SMS, que não se adequa bem a vendas B2B, por exemplo.
Nesse momento a melhor ação primária de planejamento pode ser contar com uma assessoria de vendas e exportação que ajudará a encontrar as melhores maneiras de trabalhar com ferramentas como e-mail, mensageiros, telefone, aplicativos de conversação e reunião e demais recursos, incluindo costumes e boas práticas de interações presenciais.
Estudar o mercado externo
O objetivo aqui é entender qual é o melhor mercado consumidor em potencial para o negócio depois do Brasil, que nem sempre é o mais populoso de uma região, rico ou avançado em tecnologia. Dependendo do ramo de atuação, um país periférico ou emergente pode ser o melhor destino da internacionalização. Também é necessário compreender qual o melhor modelo de atuação para o país definido em face dos serviços prestados e de como são consumidos.
Por exemplo, Hong Kong é um território minúsculo em comparação com o Brasil e outros grandes países, mas é um dos centros financeiros mundiais, com economia baseada em serviços e produção de hardwares. Ao mesmo tempo temos a Suécia, menos badalada e rica que Alemanha e Estados Unidos, mas que conta com um dos maiores polos europeus de startups e empresas de tecnologia.
Após a definição do local para o negócio irá exportar serviços, é preciso também pesquisar o mercado internamente para entender melhor seu funcionamento. Enquanto em determinado país um serviço pode ser utilizado mais para entrega das atividades finais, em outro ele pode ser mais uma assessoria para rotinas de setores não operacionais. E quando isso muda de um lugar para outro, também é preciso mudar a proposta de valor oferecida e as formas de divulgação e venda.
Estudar a tributação do país
Imagine fazer projeções, planejamento, pesquisas de mercado e somente após o início das operações descobrir que exportar serviços para o país escolhido é inviável pela legislação tributária e a maneira como ela se relaciona com a empresa? Seria muito desperdício de recursos e esforços para abortar a ação, caso a internacionalização fosse feita uma abertura de uma unidade nova, mesmo que apenas constituída digitalmente, fora do Brasil e ela ficasse obrigada a pagar os tributos locais.
Sendo a exportação feita de maneira que os impostos sejam pagos no Brasil, o estudo tributário é mais simples e rápido, com a tendência de que toda empresa viável prestando serviços dentro do país mantenha a característica exportando.
Conhecer leis e regulamentos do país
Há setores que têm regras e leis bastante específicas no Brasil. Fora daqui, esses setores e outros podem ter as mesmas regras e leis, além de textos reguladores adicionais locais. E não observar tais regulações pode gerar muitos transtornos com órgãos fiscalizadores, de classe e até judiciais.
Por exemplo, no Brasil temos a LGPD, que exige que as empresas mantenham a privacidade de dados de pessoas físicas e contem com estrutura que garanta segurança aos bancos de dados nos quais as informações são armazenadas. Já na Europa, para os mesmos objetivos, temos a GDPR, porém com critérios e exigências diferentes, motivos pelos quais a adequação da empresa brasileira para atuar no continente precisa ser especialmente planejada para ele se esse for o destino da internacionalização.
Seu negócio, em face dos tópicos abordados, está bem em seu caminho para exportar serviços? Em nosso blog, temos outros conteúdos sobre o tema para ajudá-lo com esse planejamento. E agora mesmo, entenda melhor os formatos de exportação para decidir de que forma praticar a sua internacionalização.