Payback: o que é, como calcular e diferença para o ROI

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Ao fazer qualquer investimento, o empreendedor tem como objetivo lucrar acima do valor aplicado em seu projeto. Mas, antes disso, é preciso saber quando o que foi investido será retornado ao caixa da empresa, para que depois o negócio obtenha lucro com suas ações.

Esse tipo de cálculo é importante em diversos momentos, os mais comuns sendo lançamento de novos produtos e serviços, abertura de nova unidade, realização de parceria ou mesmo quando recém está sendo aberta a empresa. Além de dar uma projeção para a recuperação do investimento, ajuda no planejamento de custos e de capital necessário para o período anterior ao de obtenção total de payback.

Entenda a seguir mais detalhadamente esse conceito e alguns detalhes de cálculo e diferenciação para outro indicador.

Diferença entre payback e ROI

O payback é uma medida apenas de tempo, indicando somente quando o montante gasto terminará de retornar. Por exemplo, após o lançamento de um novo serviço, pode-se projetar que haverá demanda frequente dentro de dois meses, quando iniciará o payback, e o retorno total da aplicação se dará em 12 meses.

Já o retorno sobre investimento (ROI) é uma métrica ligada à lucratividade, mostrando quantas vezes os valores gastos retornaram ou qual foi o percentual de lucro sobre os gastos. Enquanto no payback esse retorno é apenas de uma vez, igualando o investido e o faturado no projeto em questão, o ROI tem de ser de mais de uma vez para representar lucro.

O ROI também pode ser calculado por período, para que a empresa identifique quantos reais faturou para cada real investido em determinada ação dentro de certo período.

O que há em comum entre as métricas é que ambas podem ser projetadas e, após passado o tempo de obtenção do retorno, calculadas pelos números registrados para fazer a comparação entre planejado e realizado.

Cálculo do payback

Essa conta é bastante simples, bastando dividir todo o investimento feito pelo valor mensal que se projeta obter após o início da geração de receita. Se a empresa aplicará R$ 10 mil para lançamento de um novo serviço e espera que ele gere pelo menos R$ 2 mil de faturamento adicional nos primeiros meses, o payback planejado é de cinco meses.

É importante observar se existem gastos adicionais ao projeto principal, necessários ao seu funcionamento e à efetiva geração de receita com ele. Por exemplo, pode ser necessário à empresa investir adicionalmente R$ 5 mil em marketing para divulgação do novo serviço, considerando que após isso haverá demanda para ele dentro de dois meses. Então, o cálculo precisa ser reformulado:

  • R$ 10 mil em desenvolvimento + R$ 5 mil em marketing;
  • dois meses até o início da prestação do novo serviço para a demanda gerada;
  • R$ 2 mil mensais em receita adicional nos primeiros meses;
  • R$ 15 mil ÷ R$ 2 mil = 7,5.

Contando também os dois primeiros meses sem demanda, no exemplo temos um payback de sete meses e meio para o montante aplicado em todo o projeto.

Já o ROI conta com um cálculo todo diferente, pois precisa entregar uma taxa de lucratividade e não um resultado de tempo. Veja como averiguar o retorno sobre investimento:

  • investimento total: R$ 15 mil;
  • faturamento gerado ou esperado em determinado período (considerando um ano): R$ 24 mil;
  • (faturamento – investimento) ÷ investimento;
  • (R$ 24 mil – R$ 15 mil) ÷ R$ 25 mil = 0,6;
  • 0,6 x 100 = 60% de ROI no período.

Especificidades importantes do payback

Diferentes formatos de retorno

Normalmente, o retorno é tido como faturamento adicional proveniente do emprego de recursos e esforços, mas em algum projeto esse retorno pode ser outro.

Se o investimento for em algo que aumenta a produtividade da equipe, o retorno direto é esse e se faz necessário mapear em que momento o ganho de produtividade se converte em menos despesas ou mais faturamento, que é o retorno indireto e calculado em termos quantitativos.

O payback também pode ser aplicado a movimentos que não geram nem um sequer real de faturamento a mais no sentido de entradas no fluxo de caixa, somente redução de despesas, como no caso de contratação de tecnologias para melhoria da estrutura do negócio. Quando isso ocorre, o cálculo do payback é feito com os valores projetados e realizados em termos de economia.

Hiatos

Em um dos exemplos acima citamos que o projeto de um novo serviço a ser lançado poderia apenas ter demanda dois meses depois de seu lançamento. Esse período é um hiato no qual nenhum retorno é obtido e, portanto, o payback não começa a ser construído.

A existência de um hiato como o exemplificado ou outro impõe dois cuidados:

  • integrar os valores gastos durante o período de hiato no total do investimento (somente valores relacionados ao projeto em questão);
  • consideração somente dos meses de geração efetiva de faturamento, ou economia, com o projeto ao calcular qual período exato de geração de caixa entregou o payback.

Valores relacionados e indiretos

Existem projetos que envolvem uma série de outros valores além do aportado na parte principal, tanto que precisam de mapeamento para que a lista não fique defasada e, consequentemente, o cálculo não seja inexato. Outro setores e processos que podem representar investimentos indiretos são:

  • marketing e vendas;
  • rotinas administrativas;
  • admissões;
  • terceirizações;
  • reestruturação física ou organizacional.

Realismo nas projeções

Ao prever algum tipo de retorno, é sempre melhor ser conservador do que otimista. Isso ajuda no realismo das previsões, a evitar frustrações e a manter o projeto dentro do planejamento, sem mudanças radicais por conta de projeções que parecem estar longe de serem alcançadas.

Se a empresa lançará uma nova solução ou unidade de atendimento e ainda não tem clientes para isso, contando ainda com concorrentes já estabelecidos com os quais se terá que competir, não se pode esperar payback rápido porque uma demanda ainda terá de ser criada e posteriormente fidelizada. Logo, a projeção deve ser para médio ou longo prazo, assim como o planejamento financeiro de capital e despesas a suportar antes do retorno.

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