Marketing para médicos: o que o CFM permite

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Mais do que profissionais com vínculo empregatício, PJs da área da saúde precisam do marketing para médicos para manter e aumentar a carteira de pacientes. Mas, como você sabe, na medicina esse assunto é mais complexo do que na maioria das áreas, pois existem as regras do Conselho Federal de Medicina (CFM) a serem seguidas.

Também é preciso observar que o regramento foi modificado recentemente, em documento apresentado no primeiro Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2024, com algumas proibições mantidas e novas permissões e restrições.

Se você quer investir em marketing e publicidade para alcançar mais pacientes, veja antes abaixo o que você pode ou não fazer, conforme a seção “A norma aplicada” do novo manualResolução CFM nº 2.336/2023.

Identificação para profissionais e estabelecimentos/clínicas

Pela uniformidade dos dados e pela clara identificação do profissional responsável, as informações, com exceção do nome, precisam ser de iguais cor e fonte.

Caso haja especialização, ela tem de ser divulgada com descrição e número de Registro de Qualificação do Especialista (RQE).

Em relação a um estabelecimento, eja no local de atendimento ou em propagandas físicas ou online, os seguintes critérios de identificação são obrigatórios:

  • nome do local junto ao seu registro no Conselho Regional de Medicina (CRM);
  • nome do diretor técnico médico responsável, junto à sua inscrição no CRM;
  • no caso de estabelecimento com especialização, número de RQE do diretor técnico médico.

Documentos médicos

Em prontuários, receituários, requisições de exames e quaisquer outros documentos emitidos pelo médico PJ ou seu estabelecimento, as normas de identificação detalhadas nos tópicos acima devem ser observadas.

Vídeos

Em vídeos publicados em meios digitais, os dados do médico ou do diretor técnico médico, na hipótese de estabelecimento, precisam estar expostos ao longo de toda a exibição de forma legível e na horizontal.

Ambientes digitais

Obrigatoriamente, a página inicial ou de identificação e descrição do profissional ou estabelecimento tem de apresentar as informações que citamos por completo. Havendo especialização, com número de RQE, o manual de marketing para médicos dá o direito de adicionar outras especialidades do profissional de saúde, como uma pós-graduação, desde que esteja cadastrada no CRM.

Quanto a publicações, não é obrigatório que cada postagem leve os números de CRM e RQE por conta de ambos já estarem na página inicial de cada canal digital. Porém, esses dados devem ser adicionados na postagem se ela for compartilhada em outro meio.

Uso de redes sociais

Podendo usar qualquer tipo de recurso gráfico ou de áudio, é proibido realizar postagens sensacionalistas ou que façam concorrência desleal.

Também é permitido ao profissional utilizar suas redes sociais privadas, não profissionais, para abordar temas relacionados à medicina e seu trabalho, devendo nesse caso identificar de acordo com as regras abordadas anteriormente nesses posts.

A repostagem de testemunhos positivos e elogios ao atendimento e a procedimento também é permitida, mas não pode ser feita reiteradamente, o que, para o CFM, é um número maior do que duas vezes a cada seis meses.

Divulgação do ambiente de trabalho

O local de atendimento e toda a sua estrutura, bem como a equipe, podem ser divulgados, inclusive com imagens e vídeos, assim como serviços adicionais oferecidos — que sejam relacionados à saúde.

Nessas divulgações, nenhum paciente pode ser identificado nominalmente ou em imagem, mesmo que com sua autorização, assim como imagens de consultas e procedimentos.

Divulgação de valores

Tanto valores quanto formas de pagamento apenas de consultas podem ser anunciados, desde que não façam parte de pacotes.

Valores de procedimentos e pacotes só podem ser comunicados individualmente durante ou após as consultas.

Descontos e promoções também podem ser comunicados, mas apenas se tratando de consultas e excluindo situações de venda casada.

Parcerias publicitárias

O profissional de saúde pode participar de peças de marketing médico junto a outros profissionais e estabelecimentos, atentando sempre às regras de identificação anteriores.

Fica permitido ainda participar de publicidade veiculada por seguradoras e planos de saúde.

Já a participação de em ações de terceiros relacionadas a medicamentos, equipamentos médicos e outros recursos da área tem uma observação: ela não pode ocorrer se o material promete êxito para os pacientes ou insinua isso.

Como parceria totalmente proibida, a posição e a posição não podem ser usadas para endossar produtos, como alimentos, suplementos, calçados e dispositivos (medidor de pressão pessoal portátil).

Participação em podcasts e outras entrevistas

Em tais oportunidades, o profissional de saúde fica proibido de se aproveitar para defender uma exclusividade de método diagnóstico ou terapêutico, comunicando claramente o conflito de interesse existente. É vedado também a divulgação de endereço físico ou virtual.

Já a exibição de CRM e RQE junto ao seu nome está autorizada.

Divulgação de serviços

Apenas profissionais e estabelecimentos com RQE podem incluir elementos que tratam de especialidades e especificidades em seus anúncios.

Garantir ou insinuar bons resultados e comunicação sensacionalista também são ações proibidas.

Antes e depois

Segue proibida essa técnica de publicidade, mesmo com consentimento dos pacientes, pois sua mensagem insinua bons resultados ou gera sensação de garantia de êxito aos pacientes, tipo de mensagem que o CFM veda em todas as ações.

Exclusivamente para conteúdo educativo, imagens de antes e depois podem ser utilizadas. Mas isso deve ser feito da seguinte forma:

  • explicação das indicações e da solução para o caso;
  • ao menos quatro fotos ou vídeos do paciente antes do tratamento;
  • ao menos quatro fotos ou vídeos após a intervenção;
  • descrição de resultados insatisfatórios, complicações e quaisquer ocorrências indesejadas, caso tenha acontecido;
  • se as imagens forem compiladas em vídeo/slide, o tempo máximo de exibição de cada uma deve ser de dois segundos;
  • é proibido adicionar qualquer efeito ou fazer edição;
  • o paciente deve permitir a veiculação, mas seu anonimato tem de ser mantido;
  • nenhum elemento do conteúdo, em texto, imagem ou vídeo, deve ter tom publicitário.

Lembrando que qualquer descumprimento das regras do marketing para médicos está sujeita a uma investigação do CFM e a um processo ético, que pode resultar em penalizações confidenciais e públicas e até em cassação do registro do profissional.

Então, compartilhe o post nas suas redes sociais para auxiliar seus colegas empreendedores da área da saúde.

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