As diferenças entre conta global, banco e casa de câmbio

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Quem presta serviços para clientes de fora do Brasil precisa se preocupar com questões como conversão de moeda, taxa de câmbio e outros fatores associados às transferências internacionais. Por isso, é importante ter conta em uma instituição que facilite esse processo de recebimento do exterior.

Contas globais, casas de câmbio e bancos estão entre as principais opções, que vamos abordar explicar as características e diferenças entre elas especificamente para as transações entre países.

Se está pesquisando plataformas para abrir uma conta ou quer trocar a utilizada atualmente para receber dinheiro do exterior, acompanhe-nos até o final.

Conta global

Também chamada de conta internacional ou multimoedas, essa é uma conta bancária que além do real pode receber e movimentar também moedas estrangeiras. Normalmente, os reais são separados das outras moedas por seções ou abas dessa conta, mantendo subcontas (com saldo, registro de movimentações etc) em real, dólar, euro e demais moedas dentro da conta geral.

Pela possibilidade de manter os saldos em outras moedas, o correntista global pode aproveitar as mudanças de cotação para converter os recebimentos do exterior para o real nos momentos em que o câmbio se mostrar mais vantajoso. E o melhor é que dentro da conta multimoedas não é preciso pagar nada pelo serviço de conversão, apenas a taxa de câmbio (spread cambial), tornando as operações mais baratas.

As despesas por serviços dependem da instituição que mantém a conta, podendo haver gratuidade em alguns deles. Os serviços que podem ser cobrados são:

  • abertura de conta internacional;
  • manutenção;
  • emissão de cartão internacional;
  • saque internacional;
  • transferências do titular para contas de fora do Brasil mantidas por outras instituições.

Atualmente, há diversas plataformas cujo foco é oferecer contas multimoedas, mas elas podem ser encontradas também em bancos digitais e tradicionais e empresas de câmbio.

Casa de câmbio

Essas instituições são especializadas em movimentar moedas estrangeiras, convertê-las e prestar outros serviços para situações associadas ao câmbio, como financiamento para exportadoras. Elas também oferecem a troca de dinheiro físico de diferentes países, mas cada vez menos pessoas e empresas procuram essa oferta pela digitalização do mercado financeiro como um todo.

As casas de câmbio podem ser utilizadas especificamente para receber os valores do exterior e convertê-los, com a posterior transferência dos montantes para uma conta comum em real. Mas também podem centralizar as movimentações em geral, pois a maioria das casas já disponibiliza contas globais.

Banco

Os bancos tradicionais e digitais são classificados também como bancos múltiplos por realizarem uma série de operações financeiras.

Os tradicionais oferecem contas globais há décadas, mas nem sempre o serviço foi amplamente acessível como agora e as taxas eram maiores que as atuais, já que eram utilizadas apenas por importadoras, exportadoras e empresas de serviços de porte médio ou grande.

Quando surgiram os bancos digitais, logo as suas contas internacionais começaram a ser desenvolvidas e os tradicionais passaram a digitalizar seus serviços e também oferecer tais contas com menos custos e de maneira mais acessível.

Ainda que o banco, de qualquer tipo, não ofereça uma plataforma multimoedas, é possível receber os pagamentos estrangeiros por ele. Nesse caso, não é possível controlar a cotação utilizada na conversão, já que o banco recebe a transferência e, dentro do prazo estimado para o serviço, realiza o câmbio e coloca o resultado obtido no momento como saldo em real na conta.

Plataformas de remessas internacionais

As plataformas, como Wise e Remessa Online, têm como principais vantagens a agilidade e o baixo custo, funcionalidades gratuitas em suas contas globais.

Como não trabalham com agências físicas e nem dinheiro em espécie, focando na alta demanda de transações online — além de buscarem competir fortemente com concorrentes do mercado de câmbio —, propõem serviços e produtos mais baratos e com menos burocracia.

Dados para o pagador

Optando por qualquer uma das possibilidades acima ou mesmo por outra, é preciso passar correta e completamente as informações ao pagador para não ter problemas no recebimento. Os dados são:

  • nome empresarial;
  • CNPJ;
  • nome completo e código da instituição;
  • número da conta e tipo;
  • código SWIFT (identificação internacional da instituição).

Também se deve prestar muita atenção aos documentos, principalmente fatura invoice e nota fiscal, e à elaboração deles. Um erro relacionado a eles pode causar problemas pare receber e até com órgãos públicos.

Formulário W-8BEN-E (dólar)

Seja qual for a opção de plataforma de recebimento, o prestador de serviços para os Estados Unidos precisa preencher e entregar à instituição financeira o Formulário W-8BEN-E. Ele serve para evitar um problema: cobrança indevida de imposto pelo órgão estadunidense equivalente à nossa Receita Federal.

Por meio do documento, o responsável pelo CNPJ e pela conta declara que mesmo que receba dólares por serviços prestados a contratantes do país, não é residente fiscal (contribuinte) dos Estados Unidos e, portanto, não pode ser tributado por ele.

Caso a instituição não ofereça o formulário, é preciso solicitá-lo ou buscá-lo no site do Internal Revenue Service, preenchê-lo e entregar à empresa que mantém a conta. E se precisar de auxílio para o preenchimento, pode contar com nosso post no qual explicamos tudo sobre o Formulário W-8BEN-E.Com os recebimentos internacionais em andamento, o prestador de serviço pode ainda realizar ações para se beneficiar de aspectos do mercado financeiro, como investimentos no exterior e programação de câmbio. Quer saber mais? Veja boas práticas de gestão do câmbio.

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