Boas práticas e opções para câmbio de recebimento do exterior

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O prestador de serviços a clientes estrangeiros precisa tomar alguns cuidados específicos em relação a documentos e ao processo de câmbio de recebimento do exterior. Isso porque qualquer problema pode atrasar o pagamento dos serviços, e a falta de planejamento pode gerar custos adicionais na conversão da moeda.

Para ajudá-lo a fazer o câmbio mais vantajoso e com facilidade, explicaremos algumas ações eficientes e simples de colocar em prática.

Considerar contas globais e corretoras

Os bancos tradicionais e os digitais podem ser usados para o recebimento em real de valores originados em outras moedas, mas contas em moeda estrangeira — as chamadas contas globais — e as corretoras de câmbio oferecem mais e melhores recursos para esse tipo de transação.

Por exemplo, por permitirem a manutenção de saldos em dólar e outras moedas, o prestador de serviço não fica obrigado a converter os valores para o real imediatamente no recebimento. Eles podem ser mantidos na moeda estrangeira e passados para a moeda brasileira em algum dia posterior, aproveitando uma cotação mais vantajosa pela valorização do dólar frente ao real.

Além disso, como as instituições de contas globais e corretoras de câmbio são especialistas em operações internacionais e as fazem em grande volume, é possível realizar os recebimentos com menos despesas relacionadas a tarifas de serviços e ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Por fim, o correntista pode aproveitar ainda funcionalidades como cartões de débito e crédito internacionais e benefícios para uso em viagens, como seguros e descontos.

Comparar o Valor Efetivo Total (VET) das instituições

Se tratando do câmbio de recebimento do exterior, o VET significa o que o correntista receberá em reais para cada dólar, considerando a cotação entre moedas, o IOF e demais custos. Apresentar o VET é obrigação das instituições financeiras e deve constar nos documentos da conta e no contrato de câmbio.

Dessa forma, o correntista visualiza claramente o banco ou corretora que menos lhe representa custos para manutenção da conta e nas operações internacionais.

No aplicativo e no site do Banco Central há uma página destinada somente a isso, com os VETs de várias instituições disponíveis para consulta. Aliás, nos mesmos aplicativo e site também dá para consultar quais empresas são autorizadas pelo Banco Central a operar com moedas estrangeiras.

Fazer o câmbio programado

Isso pode ser feito manualmente ou de maneira automática.

Na forma manual, o prestador de serviços, possivelmente com ajuda de profissionais de finanças e contabilidade, define uma faixa de cotação do dólar desejada, ou um valor exato do câmbio (levando em conta as possibilidades, conforme a economia do país), e se programa para converter os recebimentos, ou fazê-los junto aos clientes, nas datas em que a taxa pretendida se realiza.

Já no automático é o próprio câmbio desejado que é programado, o que é possível fazer em corretoras e contas globais que oferecem essa modalidade de conversão. Com o recurso, basta escrever o número e salvá-lo e assim que o sistema da instituição identificar que essa taxa se materializou, ele mesmo converte em real o que o correntista mantém em dólar ou euro.

Aliás, o câmbio programado pode ser utilizado tanto para receber quanto para comprar dólar. Se uma viagem está sendo planejada, por exemplo, e é preciso obter dólar, uma cotação baixa pode ser programada para que com o mesmo valor o correntista consiga adquirir o maior volume possível da moeda.

Procurar câmbio ágil

Se não for possível contar com o câmbio programado automático, o correntista deve procurar pelo menos uma provedora de conta que ofereça a conversão no menor tempo possível.

Os bancos tradicionais normalmente liquidam as operações em dois dias úteis, mas existem instituições financeiras e corretoras que oferecem até a conversão imediata e disponível 24 horas por dia.

A agilidade na conversão da moeda pode ser importante para o correntista conseguir aproveitar a taxa de câmbio desejada e até mesmo para que ele não tenha dificuldades em relação a saldo disponível/indisponível.

Estudar investimentos no exterior

Principalmente em corretoras de investimentos e câmbio e instituições financeiras que oferecem contas internacionais, o saldo em moeda estrangeira pode ser utilizado em ativos de fora, como ações da bolsa de valores de New York e da Nasdaq. E isso pode ser feito antes ou depois de realizar o câmbio do recebimento do exterior.

São aplicações acessíveis para PJs, que permitem a compra também em valores baixos, oferecidas de forma facilitada e econômica para os correntistas brasileiros.

Enviar o Formulário W-8BEN-E

Para evitar que o órgão fiscal dos Estados Unidos tribute o PJ pelos seus recebimentos em dólar, é necessário preencher e entregar esse formulário. Ele declara que, mesmo com os recebimentos em moeda estrangeira, o CNPJ não se enquadra como contribuinte fiscal dos EUA e, portanto, não está sujeito à tributação por parte dele.

As próprias instituições e corretoras oferecem o arquivo para preenchimento e às vezes até mesmo auxiliam em seu uso. Mas se você precisa dele, quer entender melhor e ainda não obteve a ajuda necessária, nós podemos auxiliá-lo.

Aqui temos um conteúdo que explica tudo sobre o Formulário W-8BEN-E, quais campos devem ser preenchidos e como.

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